sábado, 11 de dezembro de 2010

Aplicação nextCloud para Chrome

Não sei se já falei aqui do nextCloud, a minha segunda tentativa em criar um serviço de desktop na nuvem utilizando o eyeOS. Se ainda não falei, é ir a http://nextcloud.cz.cc para ficar a saber tudo.
Já agora, vale dizer que esta minha segunda tentativa está a ser muito mais bem sucedida que a primeira - já vou com 65 utilizadores!

O nextCloud é muito útil para utilizadores do Chrome OS, pois fornece uma interface de desktop clássico em qualquer browser. Sendo assim, seria óptimo para utilizadores do Chrome OS que sintam a falta de um desktop "normal".

Pois bem, assim que foi publicada a Chrome Web Store, para Chrome OS e Google Chrome 7, a qual permite instalar aplicações e extensões no Chrome (e no OS), eu pensei em criar uma aplicação para facilitar o acesso dos utilizadores à sua conta nextCloud. Eu até já tinha tudo pronto, desde a package em si, até aos pequenos detalhes como ícones e capturas de ecrã...

...só que, como a Google é uma empresa tão pobrezinha que está quase na falência, decidiu impôr uma taxa de $5.00 a quem quiser publicar aplicações na loja. Isto aplica-se a todo o tipo de programas, desde os open-source até aos pagos. A taxa só necessita de ser paga uma vez, para verificação do utilizador (dizem eles), depois disso cada utilizador pode publicar quantas aplicações quiser.
O resultado? Quem tem (algum, ainda que pouco) dinheiro e paciência para abrir uma conta no Google Checkout, tudo bem, pode publicar aplicações. Mas, e no caso de projectos livres ou sem fins lucrativos, feitos por individuais, onde é que estas pessoas vão buscar 5 dólares, caso não queiram pagar do bolso delas (o qué é perfeitamente aceitável no caso de projectos sem fins lucrativos)? Será que irão abrir uma conta de donativos só para isso?

A minha conclusão é muito triste, infelizmente: não me parece que iremos ver muitas apps opensource para Chrome enquato a taxa se mantiver como está, isto é, a ter de ser paga. Que introduzam taxas a quem quer ser um "utilizador acreditado/verificado", a quem quer publicar uma app paga, ou a quem quer publicitar a sua app nas páginas principais, eu penso ser perfeitamente razoável. Mas, pagar só para listar uma aplicação gratuita na Store, que irá funcionar num navegador gratuito e de código aberto, acho uma ideia muito estúpida. É que, quem sabe, poderíamos estar a falar dos sistemas fechados da Apple, mas não; o Google Chrome ainda é gratuito (ainda!).

Já agora, caso alguém queira instalar a aplicação em fase preliminar, que não passa de um link para uma página web, aqui fica o CRX:
http://g.ro.lt/files/nextCloud_app.crx
(tem de fazer download com um programa que não seja o Chrome e instalar utilizando o modo de desenvolvedor, caso contrário retorna um erro dizendo que o conteúdo tem ser apresentado lá à maneira dele)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Chrome OS... e os devidos créditos?

Muito se está a falar hoje sobre o Chrome OS, outro (sim, outro, porque já existe o Android) sistema operativo da Google direccionado a netbooks, notebooks, laptops e (ninguém disse que não) até mesmo desktops - o Android continuará a ser usado em telemóveis e tablets. Pois bem, o Chrome OS está a ser oficialmente apresentado hoje pela Google - daí o motivo de tanto alarido nos sites de tecnologia por essa web afora.
Como foi dito na conferência, "Chrome OS é para dispositivos com teclado [físico]" - supõe-se que Android seja para dispositivos com ecrã(s) tácteis. Sim, sim, etc. etc. eu até apoio em parte isto do Chrome OS, especialmente quando já está a ser discutido o facto de, quando não há ligação, o sistema se tornar inútil - pelos vistos, algumas aplicações (sim, o Chrome OS tem uma App Store!) vão poder funcionar offline, incluindo o Google Docs, embora este último ainda esteja em fase de testes/discussão.

Como eu ia a dizer, "etc. etc., blá blá..." tudo isto é muito bonito e foi graças a quem?... a quem?
Aos senhores e senhoras que trabalham na Google, pois claro... e graças a mais quem?... mais quem?
Aaah... afinal havia mais gente! E mais: é que, para além do "projeto de código aberto Chromium" ainda temos "outros softwares de código abero"! E quantas centenas (senão milhares) de "anónimos", não remunerados, estão por trás deste trabalhinho todo, que depois permite à Google (e por vezes a outras empresas também) numas certas e determinadas conferências, fazer um brilharete "com estas maravilhas"!

É verdade que, no Chrome (não confundir com Chromium), nestas últimas versões grande parte das funcionalidades tem sido desenvolvida sob regime closed-source pela Google. Mas, recuemos às versões 1, 2, 3 do Chrome? Alguém se lembra? Nessa altura, o Chrome era muito pouco mais de um Chromium com licença da Google e nome diferente, "Google Chrome" por oposição a "Chromium"! Posto isto, é também verdade que a Google contribuiu bastante para o Chromium; mesmo assim, quem doou o seu tempo e trabalho para as causas de software livre que agora fazem parte aquilo que estamos habituados a ver e usar como "Google Chrome", deveria pelo menos ter uma menção mínima nestas apresentações da gigante (notem-se os Guês), não?

E eu estou 90% seguro que durante a apresentação do Chrome OS, nenhum dos senhores e senhoras que subiram (e ainda vão subir) ao palco disseram, nem dirão nada parecido com
"Google Chrome OS has been made possible thanks to the efforts of many people behind Chromium open source project as well as other free software projects. Thank you!"
E por hoje é tudo... será que terei tempo e disposição para experimentar o Chrome OS no meu desktop, agora que já é "oficial"?
Adeus e até à próxima!

PS: Pelo screenshot dá para ver que uso uma versão desactualizada do Google Chrome e pior do que isso, em Português do Brasil... ambos os factos têm explicação: o primeiro, deve-se à questão de o Google Chrome não estar disponível nos repositórios do Ubuntu (apenas o Chromium está) e, por isso, não é abrangido pelas actualizações do gestor de actualizações; o segundo, é devido à minha falta de atenção ao transferir o Google Chrome do site da Google, é que naquele dia, não sei porquê, tinha sido redireccionado para a versão Brasileira do Google, e o resultado é ter transferido a versão pt-BR. Não faz muito mal, afinal o Google Chrome é tão simplista que não tem muitas strings visíveis, e é da maneira que me habituo ao novo (des)acordo ortográfico (ort- de "mandar às ortigas"!)